Belo Lança disco e visita loja oficial nesta segunda feira

Atração do Festival de Verão Salvador 2011, abrindo a noite de 3 de fevereiro, o paulistano  Marcelo Pires Vieira, 36 anos, o Belo, é duro na queda. Adolescente da periferia, época em que ganhou o apelido por ser muito namorador, aos 19 anos ele iniciou a carreira como vocalista do grupo Soweto - nome inspirado na canção homônima de Djavan.

Quinze dias antes do lançamento do segundo trabalho do Soweto, em 1997, Robson Buiú, seu companheiro de grupo, foi morto durante uma tentativa de assalto. Três anos depois, Belo deixou o grupo para seguir uma vitoriosa carreira solo que chega agora ao 9º disco de estúdio: Pra Ser Amor (EMI).

A maior turbulência na vida do artista - que já vendeu sete milhões de discos -, porém, aconteceu em 2002 e lhe custou oito anos de prisão, no Rio. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, em 2002, identificaram um traficante pedindo R$ 11 mil ao cantor para a compra de “tecido fino”, o que é, segundo a polícia, cocaína. Em troca, Belo pedia um “tênis AR” - para a polícia, um fuzil AR-15.

Livre totalmente Em março de 2010, Belo - que sempre teve bom comportamento na prisão - recebeu  indulto da Justiça e saiu totalmente do livramento condicional que cumpria há cerca de dois anos. Até então, ele precisava pedir autorização da Justiça para fazer shows ou viajar.

Belo não gosta de falar sobre o assunto em entrevistas, mas os problemas com a Justiça certamente serão abordados no filme (protagonizado por Thiago Martins) e no livro que o cantor prepara sobre a sua vida.

Loja do Festival  Nesta segunda-feira, Belo visita a loja do Festival de Verão Salvador, no 3º piso do Shopping Iguatemi, às 16h.  Além de fazer fotos com os fãs e autografar o CD Pra Ser Amor, que tem participação de Jorge Vercilo (Tanta Ira) e Marina Elali (faixa título), ele venderá ingressos para o evento.  E quem, amanhã,  comprar entrada de pista ou de camarote para o dia do show de Belo, terá 20% de desconto.

O novo álbum de Belo não foge um milímetro do estilo de pagode romântico que o consagrou, com sambas-canções que abusam da palavra amor e arranjos de cordas que realçam ainda mais o romantismo. Tudo, executado por ótimos músicos de estúdio como Mauro Diniz (cavaco), Jota Moraes (piano, arranjos) e Layse Sapucahy (tantã, ganzá, repique).

A seguir, confira entrevista com Belo, feita por e-mail:

Você está na estrada, fazendo sucesso, desde os anos 90 quando integrava o Soweto. E, mesmo depois de turbulências na vida pessoal, segue fazendo sucesso e querido pelo público. Pra Ser Amor é o seu 9º disco solo de estúdio. Apenas a música e sua voz explicam essa relação tão forte com os fãs?

Além de Deus ter me abençoado com essa galera que ama e acredita no meu trabalho, tudo o que faço , faço porque amo! Meu trabalho é verdadeiro e mostra o que realmente sou. O público percebe isso.

Você tem uma voz marcante no pagode romântico. Quais foras suas influências como intérprete? Quem o adolescente Belo ouvia?

Ah, muita gente! Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque, Djavan, Alcione, Beth Carvalho, Fundo de Quintal...

Na Bahia, você sabe, existe um pagode peculiar e diferente do pagode carioca, com ritmo intenso e quebrado e letras com apelo lúdico ou sexista. Você gosta, por exemplo, de grupos como Psirico (de Marcio Victor) e Parangolé (Leo Santana)?

Claro! Já conquistaram o Brasil com sua música e seu talento. Essa geração chegou pra ficar! Conquistaram seu lugar no cenário da MPB.

Falando em cena musical baiana, você participou do último disco de Claudia Leitte, Máscaras, em um dueto na faixa Don Juan. Gostou da parceria?

Sim. Foi uma parceria que deu certo, e a música reflete isso.

E a retomada dos shows no mercado internacional? Já começou?

Sim. Fizemos Europa e Angola e foi magnífico. O mais importante de uma turnê internacional para um artista brasileiro é poder representar a música do Brasil lá fora, não é uma realização pessoal somente.

Queria que você falasse um pouco sobre os projetos de sua biografia em filme e livro... Já escolheu o ator que vai interpretar você no cinema?

Esse é um projeto que estou acompanhando bem de perto. No meu filme quem irá me  interpretar será o Thiago Martins. Além de ser um ator excepcional, temos uma história muito parecida, viemos da periferia, enfrentamos preconceitos e coisas assim. O livro deverá ser lançado no segundo semestre de 2011 e promete revelar a minha intimidade, minha infância... Vou falar o que muita gente quer saber da minha vida,  muitas verdades serão ditas.

Você se apresenta no Festival de Verão, dia 3 de fevereiro, na mesma noite de Jota Quest, Ivete Sangalo, Jorge & Mateus e A Zorra. O que os fãs baianos podem esperar do seu show nop festival?

Um show inesquecível! Amo essa terra! Sou muito bem recebido aí e a energia do povo é contagiante.

É verdade que você já é avô? Quantos filhos você tem?

Sim, rsrsrsrsrsrs.... Mas pra mim isso foi tranquilo, fui pai muito cedo também. Pude dar o apoio que meu filho precisou. Tenho quatro filhos: Paulo, Paula, Ingrid e Isadora.

fonte: Correios 24 horas - Bahia